segunda-feira, 23 de novembro de 2009

Nem Jesus resistiu...

Naquele tempo Jesus subiu ao monte seguido pela multidão e, sentado sobre uma grande pedra, deixou que os seus discípulos e seguidores se aproximassem. depois tomando a palavra, ensinou-os, dizendo:
- Em verdade vos digo, bem-aventurados os pobres de espírito, porque deles é o Reino dos Céus; bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque serão saciados; bem-aventurados os misericordiosos, porque eles...
Pedro interrompeu- Temos que aprender isso de cor?
André disse- Temos que copiá-lo para o papiro?
Simão perguntou- Vamos ter teste sobre isto?
Tiago, o Menor queixou-se- O Tiago, o Maior está sentado à minha frente, não vejo nada!
Tiago, o Maior gritou- Cala-te queixinhas!
Filipe lamentou-se- Esqueci-me do papiro- diário.
Bartolomeu quis saber- Temos de tirar apontamentos?
João levantou a mão- Posso ir à casa de banho?
Judas Escariotes exclamou ( Judas Escariotes era mesmo malvado, com retenção repetida e vindo de outro Mestre)- Para que serve isto tudo?
Tomé inquietou-se- Há fórmulas? Vamos resolver problemas?
Judas Tadeu reclamou- Podemos ao menos usar o ábaco?
Mateus queixou-se- Eu não entendi nada... ninguém entendeu nada!

Um dos Fariseus presentes, que nunca tinha estado diante de uma multidão nem ensinado nada, tomou a palavra e dirigiu-se a Ele, dizendo:
- Onde está a tua planificação?
Qual é a nomenclatura do teu plano de aulas nesta intervenção didáctica mediatizada?
E a avaliação diagnóstica?
E a avaliação institucional?
Quais são as tuas expectativas de sucesso?
Tens a abordagem da área em forma globalizada, de modo a permitir o acesso à significação dos contextos, tendo em conta a bipolaridade da transmissão?
Quais são as tuas estratégias conducentes à recuperação dos conhecimentos prévios?
Respondem estes aos interesses e necessidades do grupo de modo a assegurar a significatividade do processo de ensino-aprendizagem?
Incluíste actividades integradoras com fundamento epistemológico produtivo?
E os espaços alternativos das problemáticas curriculares gerais?
Propiciaste espaços de encontro para a coordenação de acções transversais e longitudinais que fomentem os vínculos operativos e cooperativos das áreas concominantes?
Quais são os conteúdos conceptuais, processuais e atitudinais que respondem aos fundamentos lógico, praxeológico e metodológico constituídos pelos núcleos generativos disciplinares, transdisciplinares, interdisciplinares e metadisicplinares?
Caifás, o pior dos Fariseus, disse a Jesus:
-Quero ver a avaliação do primeiro, segundo e terceiro períodos e reservo-me o direito de, no final, aumentar as notas dos teus discípulos, para que ao Rei não lhe falhem as previsões de um ensino de qualidade e não lhe estraguem as estatísticas do sucesso. Serás notificado em devido tempo pela via mais adequada. E vê lá se reprovas alguém! Lembra-te que ainda não és titular e não há quadros de nomeação definitiva!
... E Jesus pediu a reforma antecipada aos trinta e três anos!

Angústia para o jantar (7)

Duma revista cinéfila, o testemunho de dois grandes do cinema:



"Todos achariam a própria vida muito mais interessante, se deixassem de a comparar com a vida dos outros."

Henry Fonda



"Vista de perto a vida é uma tragédia, mas vista de longe parece uma comédia."

Charlie Chaplin



E a "visão" de dois escritores:



"Há uma grande diferença entre lutar para não morrer e lutar para viver; entre lutar para salvar a vida e lutar por conservá-la."

Curzio Malaparte



"Ser ou não ser, eis a questão."

Shakespeare

terça-feira, 17 de novembro de 2009

A ética na organização

História hilariante a do "Bode do Chico das Cabras", tão bem narrada pelo Luís Gonçalves. a quem saudamos respeitosamente. Eu, que até já fui funcionário público, conhecia algumas histórias, mais ou menos semelhantes a esta e de todo, não me senti ofendido, até porque o narrador teve a preocupação de situar a história "no tempo em que os animais falavam", tempo esse muito anterior ao tempo do meu "funcionalismo".
Esta, como muitas outras fábulas, merecem a nossa reflexão.Pois aqui vão as minhas considerações.
A ética como "ciência relativa aos costumes", entende-se não como as regras impostas pelo meio exterior, mas sim as impostas em termos do desenvolvimento pessoal de cada um de nós. Está subjacente à natureza humana que o homem é um ser em contínua aprendizagem, seja de conhecimento, de valores ou de atitudes, e assim a ética ajuda-nos a que essa aprendizagem contribua para nos melhorar como pessoas.
De uma forma geral, a ética de uma organização, pública ou privada, é um conjunto de regras impostas aos que dirigem e aos que trabalham na dita organização. No desenvolver do nosso crescimento cognitivo, adquirimos algumas aptidões, virtudes, valores e atitudes, que vão condicionar e regular a nossa conduta diária. ou seja, na prática a ética explica como devemos comportar-nos para conduzir a nossa vida, de modo que "no final tenha valido a pena vivê-la".
Numa organização, a éticá fará sempre falta e a organização pode sempre fazer melhor, dependendo da equipa humana que a compõe.
Porque é então necessária a ética? Porque "1º os homens e mulheres que a dirigem e trabalham nela, têm o direito e ao mesmo tempo o dever, de se comportarem eticamente dentro dela; 2º a organização condiciona os comportamentos individuais que, se não se rege por critérios éticos, pode acabar tornando-se impossível o desenvolvimento moral das pessoas; 3º uma organização em que não se viva um clima ético acabará defraudando os seus objectivos como organização".
A tarefa de dirigir começa com o determinar objectivos, que não são mais que os resultados que se pretendem alcançar. Para que tal aconteça, há que realizar todo um trabalho de coordenação das acções da equipa humana envolvida no alcançar dos objectivos definidos e acaba na tarefa de motivar cada um dos membros da equipa, para que a acção individual de cada um permita atingir o propósito final.
Não chegam, porventura, os incentivos económicos ou sociais, é necessário conseguir que todos sejam capazes de descobrir as necessidades reais das pessoas e pô-las como objectivo das suas acções concretas. Por conseguinte, pessoal automotivado, não só desenvolve conhecimentos e capacidades, que os levarão a melhorar a qualidade dos processos de trabalho, como serão capazes de agir de acordo com as necessidades reais dos colegas, dos subordinados e do público. Com uma organização e pessoas éticas,estão reunidas as condições para desenvolver a qualidade dos seus serviços.
Em resumo: " por um lado a ética avisa-nos: não faças mal, porque te destróis como pessoa- é a ética das normas (negativas). Porém, a partir daqui, surge-nos um vasto campo de acção: faz o bem, actua: age de forma total e melhora a tua actuação. Esta é a ética dos bons, E quando esses homens e mulheres, à força de agir, de actuar bem, cada dia melhor, contando mais com as necessidades dos demais, adquirem virtudes, comportarem-se eticamente serás mais fácil para eles- é a ética das virtudes."
Mais: " a ética permite-os entender aspectos da realidade, que sem ela escapam-nos. Um dirigente ético entende as motivações dos seus fucionários, enquanto eles agem não só pelo seu salário, promoção ou satisfação, mas também por motivações mais profundas. E essas motivações, uma vez adicionadas à sua maneira de ser e de trabalhar, quando se convertem em virtudes, quer dizer, em hábitos de operação que se manifestam na sua actuação, que asseguram a manutenção da unidade da organização, que se fomentará a confiança mútua entre os seus membros, que se terá em conta as necessidades reais do público, etc, ... e tudo isso independentemente do que se gosta, ou não, e do que se lhes pague, ou não, por isso."
Já viram o que dá reflectir sobre fábulas? Desculpem, mas chiça para o bode!

quarta-feira, 11 de novembro de 2009

Angústia para o jantar (6)

" As coisas que mais importam nunca deviam estar à mercê das coisas que importam menos."



Goethe

Congratulamo-nos

1º- Para anonynimus, "cobardes" e "pouco sérios" (?), começamos a ver com uma certa preocupação, mas também com alguma alegria, algumas similitudes entre o Trêsbicas e este modesto blogue.

A semelhança (veja-se o penúltimo post do Fernando Morais), começa nos temas e nas ideias e até, mais ou menos, a abordagem e forma como são tratados, apenas não coincidentes no tempo. Já agora o apelo ao "basismo" partidário, achamos extraordinário.



2º- Apraz-nos constatar que no último mês, o livro mais solicitado na Biblioteca Municipal foi ... "O Príncipe", de Nicolau Maquiavel.

Recomendamos algum cuidado na sua leitura, visto que Maquiavel escreveu-o e dedicou-o, a dois príncipes (tendo morrido o primeiro e subido à governança o segundo, não esteve de modas, e retirou a primeira dedicatória e dedicou o livro ao segundo) da casa de Médici, Florença, com o intuito de obter alguns favores pessoais, que nunca chegou a alcançar.



3º- Do Dicionário Porto Editora, maquiavelismo - doutrina segundo a qual ao príncipe ou ao estado é lícito recorrer a todos os meios para alcançar os seus fins; maquiavélico - alguém que mente e engana apenas para atingir e manter o poder.

Pro bono

Por motivos pessoais graves, lamentavelmente só hoje nos é possível voltar ao convívio de quem nos lê, se é que existe alguém.

Pelas razões invocadas, não estive presente na sessão da posse do novo elenco governativo, pelo que tive de me socorrer da informação regional e de amigos, para aqui tecer alguns comentários.

Sala cheia é algo que me satisfaz e um bom pronúncio de que a democracia está viva e participada.

Não escondo que me assustei, quando li na imprensa que Fernando Moleirinho disse "tudo o que lhe vai na alma", pois sem mais nada ter lido, pensei que teria mandado às urtigas a ideia de ser o "Presidente de todos os Sardoalenses" e teria entrado pelas picardias do costume.

Mas lendo o desenvolvimento da notícia sosseguei, pois para além de fazer uma leve, mesmo muito ligeira e ao seu gosto, retrospectiva do passado e identificar as dificuldades, algumas inultrapassáveis, com que sempre se debateu e confrontou, tais como a interioridade e os parcos recursos financeiros, lá foi avançando com algumas das suas bandeiras eleitorais: fixação da população e empresas, criação de emprego, turismo e reforço da acção social, sem tirar uma nova carta da manga, o que foi pena.

Se até agora o acusavam de durante meses e meses não pôr os pés nas reuniões das estruturas intermunicipais e, por conseguinte, ficar a "ver navios", agora, relativamente às mesmas promete ser "membro de pleno direito". Mas não era isso que se pretendia, por direito próprio quando ingressou nas referidas estruturas? Vai tarde, mas ainda bem que já viu que o "orgulhosamente sós", ou melhor dizendo "a falta de rasgo" é coisa que dá maus resultados.

Terminou bem o seu discurso, com o apelo à Oposição, para "despir a camisola e embrenhar-se na resolução dos problemas do Concelho". É um bom desafio que faz à Oposição responsabilizando-a no seu papel de Oposição construtiva, sem lhes acenar, ao contrário de muitos, com ofertas sem cabimento. Agora esperamos que do lado do Fernando Moleirinho, ocorra o mesmo "despir de camisolas", pois a "partidarite" é um mal geral. "À mulher de César não basta ser séria, tem que parecê-lo" e este apelo à união de esforços, em vez da confrontação, ficou-lhe bem.

Modéstia à parte o nosso guião, apresentado em "Dicas para um discurso" foi, com algumas omissões importantes, mais ou menos seguido à letra.

Nestas coisas falta sempre algo e quanto a nós, ficou em falta a aposta no fomento e valorização da massa crítica dos munícipes, de forma a que, naturalmente, vão surgindo novos líderes de opinião, válidos e credíveis, dispostos e capazes de apostar no desenvolvimento do Concelho e da região.

segunda-feira, 2 de novembro de 2009

Angústia para o jantar (5)

"Por esse tempo, ou já muito antes, comecei a ser considerado um tipo insociável. (...) Tudo me servia para exagerar a brusquidão, talvez porque toda a gente reparasse nela e a censurasse, e a minha rebeldia agreste contra fosse lá o que fosse manifestava-se, provocante, tanto mais quanto os outros a receavam. Era eu a açulá-los ao espectáculo, a colocar-me no centro desta arena improvisada que é a vida."



in "Domingo à tarde", Fernando Namora

quarta-feira, 28 de outubro de 2009

Dicas para um discurso

Aproxima-se o dia da tomada de posse dos novos e velhos autarcas que vão comandar o nosso destino, nos próximos quatro anos.
Sabemos que durante a campanha eleitoral, é da praxe a apresentação de um programa por parte das listas concorrentes, que no fundo não é mais do que a contratualização de um compromisso com o eleitorado que lhes dá o voto para, caso sejam eleitos, o cumprirem no decorrer do respectivo mandato. Também sabemos, na maior parte dos casos, que muito do que está escrito nesses programas, não passa disso mesmo,algo que foi escrito apenas para encher papel. Por isso não tenho nada a obstar aos programas tipo folha A4, programa sucinto, conciso, realista, sério e para cumprir na íntegra, e também com fortes probabilidades de ser lido por parte do eleitorado.
Conhecidos que foram os resultados e com a proximidade da posse, estarão porventura nesta altura a dar-se os últimos retoques e a lapidar as últimas arestas do discurso de posse.
Sem pretenciosismos da nossa parte, seria um gosto que, em nome da propalada renovação, esse discurso não fosse meramente de circunstância, embora os agradecimentos a quem o apoiou devam ser feitos, e ficam sempre bem.
Dizíamos, que não deve ser apenas de circunstância, como também não deve ser mais um para relembrar ou acentuar as picardias, que são a "fruta" de qualquer refrega eleitoral.
Deve ser, sim, um discurso feito com os "pés assentes na terra", que verse no seu conteúdo a programação das actividades para este mandato, que reflicta sobre o passado e ao mesmo tempo projecte o futuro, que faça uma análise realista da organização e funcionamento da autarquia, que calendarize as acções futuras, que espelhe de facto o que se quer para este mandato e consequentemente para o Concelho.
Com um discurso destes, então sim, seria a consagração do compromisso aprovado em eleições, que se iniciou com a apresentação do programa eleitoral (que são meramente linhas gerais) e talvez, o desfazer de algumas dúvidas que vão no íntimo de muitos, apoiantes ou não.
Defender com propostas é uma coisa, atacar simplesmente por atacar, que é o que normalmente grassa nestas coisas, é a pura demagogia, o que não nos trará nada de novo.
Já, anteriormente, aqui me expressei sobre estes últimos resultados eleitorais, alguns concordarão outros não com essa análise, por isso penso que são um bom motivo de reflexão para todos: vencedores e vencidos. Ambos têm obrigação de fazer melhor do que até agora: melhor governação e melhor oposição.
Então comecem já por aqui: "elevemos" ao lugar que merece esta tomada de posse.
Lá estaremos. Voltaremos para a semana, com ou sem novidades.

segunda-feira, 26 de outubro de 2009

Angústia para o jantar (4)

" Um dia virá em que vos arrependais,


Vós que falais e gritais, e vós calados que calais!


E se tal dia não viesse, choraria eu hoje por vós,


Ao menos por mor dos vossos filhos."




Bertold Brecht

O Trêsbicas brindou-nos

À 2ªfeira, é dia de visitar este blog e constatamos que somos tema de post. Não foi propriamente uma surpresa, pois já o post anterior, "Política séria", nos dava um "cheirinho" de que a seguir eramos nós.

Aquela "homenagem e gratitude" ao António Mendonça (daqui o nosso abraço fraterno, para ele), soava a estranho e já revelava o "gato escondido com o rabo de fora".

Mas vamos ao que interessa (!?), se é que realmente interessa:


1º- Lamentamos, mas não ficamos de lhe escrever, pelo que o mail recebido anonimamente, terá outra proveniência que não a nossa;


2º- O anonimato é o que é, e conscientemente. pela nossa parte assim continuará (do dicionário, Porto Editora, 7ª ed.: anónimo= aquele que não assina o que escreve, do grego anónymus , "sem nome");


3º- Os epípetos com que me classifica, estarão "certíssimos" na sua óptica e interesse, mas embora "sem nome" sou democrata. Aproveito para fazer uma correcção, não sou juiz, porque não sentencio ninguém. Pelo contrário, o Fernando Morais passa a vida a dar sentenças e penitências (quem castiga? quem absolve? quem as cumpre?). Como diz o povo "água benta e presunção, cada um toma a que quer.";


4º- Não percebi o que é que o elefante foi fazer à loja de cristais. Soltou-se ou foi incúria do dono?


5º- "Terrorismo social"!, só a primeira palavra deixa-me aterrado. Deixe-me perguntar-lhe: quem é o terrorista? O "guerrilheiro" incógnito ou o "soldado" devidamente fardado e calçado, identificado? Quanto ao social, disso sei eu, que trabalhei uma vida inteira nisso e não despertei para ele, social, agora só porque me dá jeito e me fica bem, no presente.


6º- Por último, e relativamente às "cicatrizes políticas", tenho que lhe confessar que não acumulei nenhumas ao longo destes anos de vida que já levo, tendo apenas uma única cicatriz, já lá vão uns anitos, ganha no HPL, em resultado de uma operação à vesícula. Portanto, aleluia!, já não tenho fel, ao contrário de muitos.

Sem querer, mas a fazer fé na "sua biografia não autorizada" e produzida, em tempos, pelo Mário Jorge Sousa, as "cicatrizes políticas", tem-nas você, fruto, ao longo dos tempos, das várias "cirurgias político-estéticas" (isto existe?), a que se submeteu. Foram tantas que já começa a ser viciante, qual vulgar paciente de qualquer vulgar Instituto de Beleza: depois de experimentar a primeira vez, nunca mais de lá sai (ou saíu).

Com isto tudo, obrigou-me a reler "O príncipe", de Maquiavel, livro fantástico e verdadeiro manual político para principiantes, e desculpe o aparte, recomendo-lho, já que a nossa Biblioteca Municipal conta com ele no seu acervo. É só passar por lá e possuir cartão de leitor.

Reli um pouco à pressa, mas com gosto, e em diagonal e, das muitas passagens que lhe podia mostrar, retive duas, que acho apropriadas,... ou não, ao momento.


Aqui vão:




"Certo príncipe dos tempos presentes, que não é conveniente nomear, nunca prega coisa que não seja paz e boa fé, sendo de uma e outra inimicíssimo."( atenção: a palavra existe!).




e ainda,




"Os homens são tão simples e obedecem tanto às necessidades presentes, que aquele que engana encontrará sempre alguém pronto a deixar-se enganar."


in "O príncipe", Nicolau Maquiavel







Post scriptum: Meu caro Watson, é elementar, pode chamar-me o que quiser, mas o meu nome é Fernando, somente. Soa melhor dito, à maneira e entoação do 007 (o dos filmes) : "Bond. James Bond". Experimente: Fernando, only Fernando.







E agora, um apelo às Tágides: se para tal, não nos faltar "engenho e arte", prometemos voltar ao que realmente interessa... "a elevação do Concelho", Fernando Morais dixit.

sábado, 24 de outubro de 2009

Saramago

Era inevitável abordar este tema, face à discussão que se instarou nos últimos dias neste País da Terra dos Fernandos (por acaso sabem que o novo governo toma posse 2ª feira?).

Tenho Saramago como um escritor importante das letras nacionais e da literatura mundial. Não conheço o escritor apenas porque ganhou o Prémio Nobel, tendo do meu ponto de vista obras que eu cosidero magíficas, como Levantado do Chão ou Jangada de Pedra, como tem outras que eu não aprecio ou que nem consegui acabar de ler.

Como pessoa reconheço-lhe a coragem e a frontalidade com que expressa as suas opiniões e marca a sua posição. Tem sido assim desde que nos tempos do PREC, era director do Diário de Notícias e controleiro político do jornal até aos tempos de hoje, aos tempos da polémica com o Secretário da Cultura da altura, Sousa Lara, e agora com as palavras "chocantes" com que descreve a Bíblia e a sua última obra Caim e a polémica com o eurodeputado Mário David (há sempre um político metido nisto, que depois lhe rebusca o passado, o crítica e faz precisamente o mesmo que Saramago fazia nos "idos quentes" de 1975).

sobre esta promiscuidade entre política e religião, eu queria relembrar que as pessoas quando ocupamcargos públicos, eligíveis ou não, não se devem pronunciar, como tal,sobre certos assuntos,titularizando por baixo os cargos públicos que ocupam (deve ser para dar mais peso e importância ao que dizem, mesmo quando é asneira).

Estamos a comemorar os 100 anos de Implantação da República, que produziu entre muitas coisas importantes a Lei da Separação entre o Estado e a Igreja, fundando o Estado Laico, madado às urtigas pelo 28 de Maio, com o celebrado acordo com o Vaticano denominado Concordata e o laicismo foi finalmente recuperado com o 25 de Abril (bem haja! Francisco Salgado Zenha, ministro da Justiça que renegociou a Concordata).

Infelizmente ainda não se acabou com a benção da 1ª pedra de qualquer obra pública, nem com as aulas de religião e Moral nas escolas,nem com as presenças oficiais em desfiles religiosos (será o Presidente, será o cidadão, será o vereador,mesmo o da Oposição, será o cidadão, que ali vão?), nem se acabou com as cadeiras mais ou menos retiradas, para não desrespeitar muito o protocolo oficial e laico, para o srº Bispo ou o srº Abade que na sua beatitude cristã assistem previligiadamente à cerimónia.

Ofendeu Saramago os católicos, por dizer o que pensa? Mas não foi este mundo ocidentalizado e tão liberal, que criticou a Sharia movida a Salmon Rushdie por causa dos seus Versos Satânicos, que condenou o assassinato do bisneto de Van Gogh por causa de um filme, que proíbe o uso do véu nos estabelecimentos de ensino, que considera um abuso censurar ou perseguir os autores de cartoons diamarqueses que retrataram Maomé e Alá, que é aliado de um país (Israel), cuja Constituição, identidade e razão de existir se baseia num livro religioso.

A Biblia é o livro que mais gente, pelo menos os que a criticavam, mandou para a fogueira.

E ainda querem o Saramago espanhol?

Reneguem todos os "hereges", pelo que dizem ou escrevem, e vivos ou mortos mandem-nos para Marte. Podem começar por estes:



M.Bakunine- "Se Deus existisse, seria preciso matá-lo."

- "Se Deus existe, o Homem é escravo; se o Homem é inteligente, justo e livre, Deus não existe."



Proudhon- "Se Deus existe, ele é o inimigo nº1 do Homem"



Éliseu Réclus- "É preciso descristianizar o Povo, se queremos que ele se emancipe. Estripemos-lhe da mente Deus e todos os demais fatasmas com que os poderosos o mantêm mergulhado nas trevas da ignorância e chumbado às grilhetas da escravidão.



Karl Marx- "A religião é o ópio do Povo"



Hans Ryner- "O meu Deus é a minha consciência"



Freud- "As religiões são apenas produto da neurose colectiva"



A.Schopenhauer- "As Religiões são como os pirilampos, só brilham na escuridão"



Sebastian Faure- "Há séculos que a Humanidade se inspira num Deus sem filosofia. É tempo já de que ela se inspire numa filosofia sem Deus"

- "A multiplicidade dos Deuses prova que não existe nenhum deles"

- "Deus não é infinitamente bom: é o Inferno que o prova."



Anatole France- "Não há prova mais evidente da inexistência de Deus do que a própria vida"



Grafitti anarquista em Lisboa (1974)- "Deus não existe, pelo menos não se recenseou"





Provérbio grego:



"GRITA BEM ALTO PARA NÃO SERES ENTERRADO VIVO"

quarta-feira, 21 de outubro de 2009

Da cultura...

Mesmo o pouco que se vai fazendo neste campo, é sempre útil, mas não podemos esquecer que tal como qualquer, e vulgar, actividade económica, ou não, a acção cultural exige planificação, identificação de objectivos, conhecimento e gestão dos meios e avaliação da concretização dos referidos objectivos.
É chegado o momento de começarmos a arrumar a casa e de sermos capazes de organizar, planificar, promover, tomar a iniciativa, impulsionar dinamismo e acabar com a tentação individual, de auto promoção, de alguns eleitos em busca de protagonismo, que muito tem prevalecido na realização de grande parte das actividades culturais no Concelho de Sardoal.
Lembrando a importância que acultura possui e a arma poderosa que é, meditem nisto:
" Não pode haver democracia sem cultura. Sem cultura o homem (...) não pode ter uma consciência esclarecida dos seus direitos e dos seus deveres; e em consc iência está ao menos potencialmente, feudalizado, dependente das direcções a que outros o sujeitem. É um vassalo, não um cidadão."
in "Cultura e democracia", Victor de Sá, Ed.Autor, s/data


Estamos pois, no mínimo, curiosos sobre quem vai gerir a Cultura neste Concelho e se vai continuar a ser "mais do mesmo", sem um fio condutor, sem grandes rasgos, muito karaoke, falta de ambição em apresentar candidaturas a programas e subsídios culturais de dimensão nacional, só porque "deixo de dominar o quintal", sem quaisquer critérios de avaliação à actividade das associações culturais existentes e por conseguinte sem critérios sérios na atribuição de apoios (quando os há) às mesmas, continuando tudo na base do porreirismo e no fomento do clientelismo político partidário.
Se vai continuar tudo na mesma então socorro-me de Goebbles, Ministro da Propanga do III Reich e faço como ele: "Cada vez que ouço falar em cultura (no Sardoal, acrescento eu) tenho vontade de puxar da pistola."
Não se trata de uma contradição minha, é apenas raiva.

Angústia para o jantar (3)

Tem sido matéria de notícias e devia-nos pôr a reflectir: 18 em cada 100 portugueses vivem com menos de € 406.00 por mês e estes números tendem a agravar-se.

Não resisto a transcrever alguns versos de um poema intitulado "A fome", que deviam merecer a atenção dos nossos políticos, autarcas inclusive, que começa assim;

" 1. Somos de uma pátria de fome
com esse ou outro nome

2. Seu latifúndio é ascentral
A fome já tem netos bisnetos tetranetos

- uma família que é a maior de Portugal"


e acaba assim:


" 10. A fome de tão atazanada
até já anda de roda.

Mas qualquer dia dá um estoiro
que rebenta com o oiro
desta merda toda."

in "De poema em riste", José Carlos Vasconcelos, Ed.Autor,1970

Post it

Os novos órgãos autárquicos do Concelho do Sardoal, para o quadriénio de 2009/2013, vão tomar posse na sexta feira, 30 de Outubro, pelas 18.00 h, em cerimónia a decorrer no Centro Cultural Gil Vicente.
Por ser um momento solene e importante para a vida de todos os munícipes do Sardoal e um testemunho do vigor da nossa democracia, prometemos estar presentes.
Também queremos constatar, se há repetição daquela cerimónia de entrega de um grande ramo de flores, por parte da Carlota Mora ao agora vereador Fernando Vasco, como fez em 2005 com Fernando Morais.
Tentar transformar este tipo de cerimónia, oficial, numa manifestação de vitória (?) de quem não ganhou, tem o seu quê de provocação barata e de alguma baixeza, ética e moral.
Para todos os que vão ser empossados, e sem qualquer descriminação política, aqui vai algo que devem ter sempre presente nos vossos espíritos e no desempenho das vossas funções:

" AO POVO NUNCA SE DESCE - SOBE-SE"

quinta-feira, 15 de outubro de 2009

Angústia para o jantar (2)

Deixemos, por agora, a Terra dos Fernandos, e aqui vai algo li, penso que ainda antes das eleições europeias deste ano, no Jornal de Negócios, e que cai como mel na sopa.
Aqui vai:

"Você, caro leitor, caro devedor, é muito importante para o País, que não o trata como um mero algarismo: trata-o como nove algarismos. A resposta é o seu número de contribuinte.
Você, caro pagador de impostos, é a personalidade do ano."

Até mais logo.

Angústia para o jantar (1)

"Nunca vi nada que não fosse lógico. Tudo tem uma lógica, muito embora esteja por vezes escondida. É a isso que chamamos o segredo das coisas. O que distingue os homens lúcidos dos inconscientes é que os primeiros procuram descobrir a lógica das coisas, ao passo que os segundos julgam que as coisas surgem por si próprias e procuram, não a sua lógica, mas a sua rima."

in "Angústia para o jantar", Sttau Monteiro, Areal Editores, 2002

As Autárquicas09 no Sardoal

Talvez um pouco tarde, mas não podia deixar de tecer alguns comentários sobre este tema.
Todos sabemos que ao contrário do que usualmente se diz "os prognósticos não se fazem no final do jogo" e é uma verdade de La Palisse que quem tem mais votos é quem ganha.
Assim sendo, o PSD é que ganhou as eleições, e por mais apupos e bocas do género:"Sai daí que esse lugar nãso é teu" e outras. verdadeiramente vernáculas, que nem me atrevo a reproduzir e que se ouviram, do lado dos Metralhas do costume, quando Fernando Moleirinho fazia o seu discurso da vitária na varanda do Município, queiram ou não este é novamente o Presidente do Concelho de Sardoal e com maioria absoluta.
Mas escalpelizando melhor os resultados, constata-se que o Psd perdeu votos em todas as frentes (Câmara, Assembleia e Juntas), baixando o seu resultado de 2005, em cerca de 4 pontos percentuais, enquanto que o PS fez precisamente o oposto, subindo em toda a linha e de forma substancial.
Conclusão, o casamento entre a "experiência" e a "renovação" correu mal, falta saber por culpa de quem: se de uns, dos outros ou de ambos. Na minha opinião, a culpa é de ambos: da "experiência" que está cansada e desgastada, que pensava que "isto já está no papo", das várias "experiências" a puxar cada uma para o seu lado, dos erros cometidos no passado, não assumidos e, tão pouco, corrigidos. Por sua vez, a "renovação" não foi muito bem aceite por alguns "experientes", sentia-se algum incómodoem andar com alguns "renovadores" (outros nem se viram nesta campanha), por outro lado alguns "renovadores" só são merecedores desse título por ser esta a primeira vez que aparecem nas listas. Mas particularizando, o efeito Miguel Borges, único "renovador" com lugar elegível para a vereação, não deu o resultado pretendido, notando-se algum mal estar em apoiá-lo e, pelo zum zum que paira no ar, é a esta escolha que é imputada a perda de votos verificada. Será? No futuro se verá.
Mas contra toda a lógica matemática, fomos encontrar outro grande perdedor nestas eleições: Fernando Morais. Para se compreender esta lógica vamos ter que recuar no tempo, até à altura em que ele se demitiu de vereador.
Assim, e deixando-nos de "rodriguinhos", todos sabemos que a causa da sua demissão foi a não recondução do seu nome como candidato à Presidência da Câmara pelo PS e ele, convicto de ser o único proprietário dos votos obtidos, democraticamente bateu com a porta. Vi nesta atitude uma prova de total desrespeito pelos eleitores que nele, e na sua lista, tinham votado e como tal era sua obrigação terminar o mandato.
Não bastando na mesma ocasião aparecia a candidatura socialista de Fernando Vasco, um quase estranho na altura, pondo em risco todo o capital político e eleitoral ganho nas eleições de 2005 (não esqueçamos que nesta data passou de 1 para 2 vereadores, a representação socialista).
Ao Fernando Vasco que, habituado às lides do funcionalismo e controleirismo partidário, teve o mérito de dar vida à secção local do PS, tinha que mostrar trabalho aos orgãos do partido para, pelo menos, segurar o score alcançado em 2005, por forma a não permitir muitas ondas (principalmente as independentistas) por parte de Fernando Morais.
Quando este último, após a demisão, se submeteu ao que eu chamaria de "período de nojo", que mais não era que um recuo estratégico para conservar o capital político alcançado, aguardando melhores dias (que seriam os piores de Fernando Vasco, entenda-se) e então voltar, para satisfazer a sua ambição desmedida deu-se o que ele não sonhava: Fernando Vasco mantém os dois vereadores e ainda aumenta o número de votos, fazendo cair por terra toda argumentação do tipo "Fernando Morais volta que estás perdoado".
Dái compreender a forma lacónica como ele apresenta os resultados eleitorais no seu blogue, reservando "pour lui même" qualquer comentário aos mesmos, ou seja, o período de nojo vai-se prolongar por mais tempo do que ele supunha.
Resumindo, no Sardoal, a Terra dos Fernandos, as coisa passam-se assim:
- Fernando Moleirinho, eleito para o seu último mandato como Presidente da autarquia, derrotado, po ter falhado na "renovação";
- Fernando Morais, derrotado, cada vez mais fora da corrida a não ser que faça um daqueles "coupe de froude" tão próprios dele e a que já nos habituou por mais que uma vez;
- Fernando Vasco, eleito vereador da minoria socialista na Câmara, vencedor nestas eleições, e ele ou outro que o PS venha a apresentar, futuro Presidente da Câmara em 2013, porque a "renovação" social democrata (Miguel Borges) não resultou nem se vai aguentar até lá.

Confuse? Wait and see the next soap!

A Blogosfera Na Terra Dos Fernandos

Todos sabemos que a blogosfera como fenómeno mais ou menos recente tem tido um crescimento mais que exponencial e como fenómeno social tem sido objecto de diversos estudos.
Nesta rede social encontramos blogs de todos os tipos, uns melhores outros piores, realçando-se sempre, por parte dos seus criadores, a vontade de comunicar, de informar e de entreter. Independentemente da sua qualidade todos eles aproveitam a ferramenta que faz da blogosfera o sucesso que é, ou seja, a possibilidade de actualização e interligação rápida e a imediata publicação on-line.
Na Terra dos Fernandos do Sardoal, que não escapa a este fenómeno, já existiram muitos blogues, hoje existirão menos, mas perdõem-me os seus autores, apenas me quero debruçar, por agora, sobre três: o do PSD Sardoal, do PS Sardoal e o Tresbicas.
O primeiro, é minha convicção que se irá auto extinguir, pois o seu objectivo era claramente as Autárquicas 09, embora tenha surgido muito tardiamente. É um blogue que andou a definhar este tempo todo, notando-se que na sua construção tem havido muito suor (do Miguel Borges?) e pouca inspiração e imaginação. Excepção honrosa foi o post da Joana, que pessoalmente não conheço, inspirado e emotivo. O resto foram cartazes e mais cartazes, comunicados e depoimentos engasgados e rebuscados, programa e um momento cultural com o hino da campanha, canção morna que não atingiu os fins em vista que seriam os de um hino que mobilizasse, fomentasse a união, catalizador, desse força à campanha, apelativo ao voto, etc.
Não creio, portanto, que tenha pernas para continuar, pelo menos nos moldes em que foi feito: muito físico e pouco intelecto. Como, tirando as épocas, eleitorais o PSD local praticamente não existe, extinga-se o blogue. Da minha parte R.I.P. (rest in peace).
Debrucemo-nos agora sobre o do PS Sardoal. A sua página já tem alguns anos existência e tem cumprido os fins a que se destina, embora também se note muito suor mas, ao contrário do PSD Sardoal, constata-se alguma imaginação e empenho. Este blogue, de certa forma,foi uma grande ajuda na divulgação da pessoa e do nome Fernando Vasco, até então um ilustre desconhecido, e tem sido o veículo preferencial na divulgação da vida interna, local, do partido, preocupando-se em publicitar as diversas posições que o partido tomou nos vários orgãos em que tem lugar, é no fundo o jornal on line da secção do PS local. Teria muito a ganhar se deixasse de sofrer do tique estalinista do culto de personalidade pelo seu líder Fernando Vasco, agora que já não é um desconhecido, e desse mais espaço às bases. Aspecto negativo e incomprensível: durante a campanha praticamente paralisou. Será que o camarada Fernando é o único que sabe ou pode mexer no blogue?. E por culpa da campanha não houve tempo para ir blogando?. Não quero crer que assim seja.
Por fim chegamos ao campeão das audiências: o blogue pessoal do Fernando Morais, o Tresbicas, que sozinho funciona melhor que as duas secções partidárias locais juntas. São cerca de 13 500 visitas em pouco mais de 2 anos. Fernando Morais, volta e meia e por falta de tema ou "preguiça", lá vai comemorando os números mágicos alcançados, qual líder norte- coreano, em parada marcial no dia do seu aniversário. Vai acreditando, cada vez mais, que o "sonho é uma constante da vida" e que se pode concretizar (será?). É evidente que muitos, vão lá diariamente para ver se há novidades (se contabilizassem os cliques nos computadores dos serviços camarários, tinhamos uma surpresa, vejam o artigo do Expresso do sábado passado, sobre a utilização das redes sociais em serviços públicos e empresas), ficando muito desiludidos, quais vermes com falta de comida, quando não há nada ou então apanham o Fernando Morais na sua fase mais intimista (que é uma seca de abrir a boca, por mim falo).
Mas o seu a seu dono, este blogue é de facto um campeão, feito à imagem e à medida do seu autor. Cumpre plenamente os objectivos a que o seu autor se propôs: passar a imagem de homem sério, íntegro, homem que subiu na vida a pulso (será caso único?), homem de família, altruísta (!), coerente(?), competente, conhecedor e dominador dos temas que aborda e não aborda, sem vícios, vítima do facto de "estar muito à frente para a sua época e para a terra dos Fernandos", qual Calimero incompreendido e injustamente perseguidopelos "vendilhões do templo", que são todos os que discordam dele. Tudo muito bom, apenas um senão: o título que melhor se adequava ao blog seria www.fernandomoraisnoseumelhor.blogspot.com.

O Mote

Porquê agora?, interrogam-se vocês que me lêem.
O aparecimento deste blogue provem da necessidade de, após tanto tempo a ouvir e a ler os projectos políticos e/ou pessoais de alguns membros da comunidade sardoalense e tendo em conta os últimos resultados autárquicos, de que resultou a reeleição do actual Presidente, para cumprir o seu último mandato, concluo que chegou a hora de fazer uma reflexão cuidadosa e desprendida de quaisquer interesses, sobre o que foram estes mandatos, o que vai ser o presente e as repercursões para o futuro.
Desde já assumo o meu anonimato, por razões que qualquer leitor atento à realidade do Sardoal compreenderá. Tal facto não me cria qualquer engulho, visto que não me movem quaisquer ambições de natureza política ou pessoal e, como não pretendo insultar ninguém, as opiniões que aqui expresso são o resultado de meras reflexões pessoais que constato muitas vezes, serem partilhadas por outros sardoalenses.
Relativamente ao nome "Na Terra dos Fernandos", não quero ser ofensivo com nenhum Fernando, inclusive myself, e apenas se deve há coincidência feliz e irónica de três dos protagonistas por onde passa este presente e futuro do Sardoal terem em comum o mesmo nome próprio, Fernando: Moleirinho, Vasco e "the last but not the least" Morais, sem provincianismos de meia tigela, pois que os títulos são para se usar no desempenho das respectivas profissões.
Já agora acrescento, e para derrubar um argumento muito usado contra alguns dos Fernandos, quando não têm mais nada para arremessar, que se lembrem que esta terra tem por lema "No Sardoal ninguém é de fora".
Para terminar este primeiro post um aviso ao leitor: há mais "Fernandos" na terra e, se possível, iremos conhecê-los.