quarta-feira, 11 de novembro de 2009

Pro bono

Por motivos pessoais graves, lamentavelmente só hoje nos é possível voltar ao convívio de quem nos lê, se é que existe alguém.

Pelas razões invocadas, não estive presente na sessão da posse do novo elenco governativo, pelo que tive de me socorrer da informação regional e de amigos, para aqui tecer alguns comentários.

Sala cheia é algo que me satisfaz e um bom pronúncio de que a democracia está viva e participada.

Não escondo que me assustei, quando li na imprensa que Fernando Moleirinho disse "tudo o que lhe vai na alma", pois sem mais nada ter lido, pensei que teria mandado às urtigas a ideia de ser o "Presidente de todos os Sardoalenses" e teria entrado pelas picardias do costume.

Mas lendo o desenvolvimento da notícia sosseguei, pois para além de fazer uma leve, mesmo muito ligeira e ao seu gosto, retrospectiva do passado e identificar as dificuldades, algumas inultrapassáveis, com que sempre se debateu e confrontou, tais como a interioridade e os parcos recursos financeiros, lá foi avançando com algumas das suas bandeiras eleitorais: fixação da população e empresas, criação de emprego, turismo e reforço da acção social, sem tirar uma nova carta da manga, o que foi pena.

Se até agora o acusavam de durante meses e meses não pôr os pés nas reuniões das estruturas intermunicipais e, por conseguinte, ficar a "ver navios", agora, relativamente às mesmas promete ser "membro de pleno direito". Mas não era isso que se pretendia, por direito próprio quando ingressou nas referidas estruturas? Vai tarde, mas ainda bem que já viu que o "orgulhosamente sós", ou melhor dizendo "a falta de rasgo" é coisa que dá maus resultados.

Terminou bem o seu discurso, com o apelo à Oposição, para "despir a camisola e embrenhar-se na resolução dos problemas do Concelho". É um bom desafio que faz à Oposição responsabilizando-a no seu papel de Oposição construtiva, sem lhes acenar, ao contrário de muitos, com ofertas sem cabimento. Agora esperamos que do lado do Fernando Moleirinho, ocorra o mesmo "despir de camisolas", pois a "partidarite" é um mal geral. "À mulher de César não basta ser séria, tem que parecê-lo" e este apelo à união de esforços, em vez da confrontação, ficou-lhe bem.

Modéstia à parte o nosso guião, apresentado em "Dicas para um discurso" foi, com algumas omissões importantes, mais ou menos seguido à letra.

Nestas coisas falta sempre algo e quanto a nós, ficou em falta a aposta no fomento e valorização da massa crítica dos munícipes, de forma a que, naturalmente, vão surgindo novos líderes de opinião, válidos e credíveis, dispostos e capazes de apostar no desenvolvimento do Concelho e da região.