domingo, 27 de janeiro de 2013

Panorama Partidário

É tão pobre tão pobre, que os dois partidos representados na vereação do Município, já não possuiem sedes partidárias na Vila. Disseram-nos que por motivos distintos, vamos lá nós saber porquê.
Desconfiamos...
Que Diabo, tratem lá de arranjar uma sede cada um senão ainda transformam o Centro Cultural num Centro Político... de que decisões?
Gil Vicente talvez nos venha a informar.


"Omissis"

F1

Gostamos de nos debruçar sobre a política local e sobre a mesma emitir a nossa opinião, para grande desgosto de alguns e gáudio de outros. Como verdade de La Palisse, não se pode agradar a "gregos e troianos" ao mesmo tempo e disso estamos conscientes.
Não importa. Apenas emitimos a nossa opinião, fruto da observação e participação nesta confrangedora realidade local que é o nosso Sardoal. Para uns, isto está bem, para outros isto é um descaramento inaudito, de quem não se sabe colocar no seu lugar e deixar estas coisas da governação para quem sabe e nasceu (pre)destinado para tal.
Com a entrada do Ano Novo, ano de eleições autárquicas, começam a posicionar-se na grelha de partida as candidaturas à Autarquia, umas já assumidas e publicitadas, outras ainda n~so e algumas em embrião.Como diria o Comentador Nacional, Temos matéria para este e para os próximos programas!
Este ano de 2012, tal como os que o procederam fica marcado pela crise nacional, económica, financeira, social e sei lá mais o quê!...Enfim uma crise de valores. E o panorama regional não foge a este cenário.
Se por um lado, "vício" da nossa democracia, a maioria dominou e prevaleceu nos seus, sempre os mesmos, pontos de vista, a oposição nadfa fez, parecendo contente ou conivente com tal situação, sem muitos alardes e às vezes com picardias que mais parecem vitórias de Pirro (veja-se a fixação e votação da taxa de IMI, por exemplo).Se a governação é reflexo da oposição que tem, não menos verdade a oposição é o espelho da governação que temos. Confrangedoras aquelas Assembleias, em que são sempre matéria de discussão o PDM e a Barragem da Lapa, dirimendo-se sempre os mesmos argumentos e justificações, de ambas as partes (PDM estamos a tratar disso, diz um; barragem ainda não foi entregue, diz outro; passei por lá em passeio e vi a cota de água em valores aflitivos; não sei mas vou tratar de saber e depouis informo, etc, etc e não saímos disto) quais autores de guiões de telenovelas que não conseguem desenvencilhar-se da mãe ou do filho que, às páginas tantas, surgem do nada e agora não se sabe que fim lhes dar.
Programas eleitorauis foi um ai Jesus! que se lhes deu, projectos e ideias são coisa que não existe. O marasmo prevalece e o lamaçal já é um pântano, com areias muito movediças, ao que dizem. Valha-nos o santo PAEL!
Os candidatos posicionam-se na linha de partida. Fernando Vasco não facilita. isto é coisa séria e há que mostrar serviço e está na "pole position" do anúncio público. Miguel Borges diz que vai correr mas ainda está difícil a escolha dos elementos para a escuderia que representa e "O Quem Nós Sabemos", qual Harry Porter de Hogwarts está ensaiando um passe de mágica na tentativa de nos surpreender a todos, correndo num pótótipo sem marca  e sem patrocionador.
E se o combustível não falhar ou o aumento do mesmo não for muito significativo, a corrida pode começar. A temporada propriamente dita ainda não começou e já podemos analisar o desempenho dos nossos pilotos, perdão os nossos políticos,nestas voltas de aquecimento para o apuramento na grelha de partida.
Para guião servimo-nos de um post antigo e temos que Fernando Vasco, não abriu mão da sua candidatura, quando o mais natural e sereno seria fazer avançar outro elemento á frente da lista. Falou-se em personalidade da terra, de família com pergaminhos políticos provados mas ao que parece, a referida personalidade está vocacionada para outras corridas, tipo Fórmula Indy. Propalou-se a eventual candidatura de Pedro Duque, menos desconhecido e menos distante do Sardoal, o que na nossa análise seria uma boa aposta, pois Alcaravela é aquela parte do circuito tipo Spa Francorchamps, meia urbana meia rural, onde eventualmente poderia pontuar em 1º lugar e quiçá obter a liderança do campeonato. Mas vamos ter o Vasco, piloto de grandes metrópoles e centros urbanos cosmopolitas, à maneira do Grand Prix du Mónaco, crente no sucesso que proporciona a boa ligação homem-máquina, mas com azar pois embora vá oleando a máquina, o motor é apenas um V6 usado, quando para esta prova se exigem máquinas de V8 para cima, para que se alcance a performance desejada. desculpem a ironia, mas o 2º lugar será sempre um bom resultado, quer por equipas quer individualmente.
A escuderia de Miguel Borges está a custar a arrancar (mesmo com publicidade paga pelo partido no jornal da região, lá voltaremos quando pudermos, porque a classificação de 2º melhor concelho para viver parece ser a sua bandeira).
São os comunicados a autopromover (tiques de um passado de esquerda difícil de esquecer, perguntamos?) o Borges e o seu trabalho, elaborados por himself, pois se não fosse ele as coisas estariam muito pior, tipo o descalabro financeiro como se ele já não estivesse presente, ele são elogios à sua gestão e aos programas salvadores, de que só ele tinha conhecimento e engenho para os elaborar ou aderir. Por um lado fazem-se reuniões para arranjar patricionadores, por outro lado temos a sua própria solidão, e a falta de solideriedade pública por parte dos seus pares, é bem visível. Embora 2º piloto na temporada que agora finda, Miguel Borges é um rookie nestas andanças e ingenuamente acredita que é possível ter os apoios desejados, frisando "o muito que fez" neste mandato, antes de apresentar o carrinho com que corre, leia-se: vocês apoiam-me que depois eu faço a lista com que concorro.. Só que, como anteriormente se constatou esta "renovação" para alguns custa a engolir, mais a mais com o putativo chefe de gabinete que se vislumbra no horizonte, caso seja eleito. depois ninguém acredita que isto vá lá com almoços ou jantares, mas sim com política de proximidade, senão arrisca-se a não caber no cockpit, por mais tentativas de reformulação do autódromo. Reconhecemos que a preparação da corrida para Borges, teve desde início um handicap muito forte, pois Fernando Moleirinho nunca abriu mão dos seus patrocínios nem das luzes da ribalta e nunca o deixou brilhar muito, daí talvez se justifique a autopromoção. O mais que fez foi dar-lhe os editoriais do Boletim Municipal e "créme de la créme" uns minutinhos na televisão ao casal presidenciável, durante a apresentação de umas Maravilhas quaisquer. Uma delícia para as revistas cor de rosa locais, mas muito pouco para vencer um campeonato destes.
Tudo isto dá um certo alento à escuderia do PS que já se imagina a pilotar de "V8 para cima". Mas a decepção pode vir d'"O Quem Nós Sabemos", que mais uma vez vai tentar (des)acelerar, para se intrometer no meio e alcançar os seus dois minutos de fama habituais de quatro em quatro anos, ou seja, seraficamente arrebenha um bom punhado de votos e depois, não ayingindo o patamar que a sua ambição delineava, não sabe mais o que fazer com eles, mostrando toda a sua ingratidão para quem nele confiou e lhe deu o votito. Esta candidatura tem uma curiosidade, que é saber o que vai resultar desta combinação de sabores tão distintos, em termos dedos estragos a provocar no PS e no PSD.À partida tudo indica que a mossa será maior no laddo do PS, pois do lado do PSD já basta Borges e Cia para rovocar o rombo. E, rumores apenas, o surgimento de uma hipotética lista, a navegar nas mesmas águas de Borges,também não ajuda nada.
A não ser que à última da hora, o "safety car" entre na pista, arrisca-se a ter concorrência e quiçá algum empane.

sábado, 12 de janeiro de 2013

Não é por acaso!

No dia 28 de Dezembro de 2011, reuniu-se a Assembleia Municipal de Sardoal, no que era o último plenário desse ano.
São vários os temas em discussão e a submeter à votação da Assembleia. Com mais ou menos picardias entre os seus membros, com mais ou menos chamadas de atenção para os seus oponentes ou ameaças de abandono da sala, a reunião vai-se desenrolando e nada de novo se passa. É mais uma reunião a decorrer com a normalidade e civilidade habituais.
Público presente, pouco infelizmente. O que há para votar, vota-se e ambas as partes cumprem o seu papel: a maioria aprova e a oposição desaprova. Pacífico o resultado e queiramos ou não, é a Democracia a funcionar em pleno.
Aproxima-se o final e com ele o momento de participação do público. Mas antes e a propósito da extinção de duas freguesias, Santiago de Montalegre e Valhascos,, intervêm os respectivos presidentes de Junta. Ambos e sem fazer distinção sobre a forma e conteúdo das respectivas intervenções, tornam público as suas emoções e a sua revolta (todos temos direito à nossa indignação, saliente-se), sobre este processo de extinção.
Com serenidade, afirma-se que todos estavam conscientes da situação actual do País e das graves dificuldades que temos pela frente, que estas medidas eram tomadas em nome, entre outras coisas, do emagrecimento ou como os políticos preferem dizer "retirar gorduras" do Estado.
Tudo compreensível por todos mas também ali se afirmaque não peçam sempre sacrifícios aos mesmos, pois independentem,ente da freguesia a que eventualmente seriam anexados, as populações em causa fiacriam mais desprotegidas.
Foi então colocada uma moção à mesa e sujeita à votação da Assembleia, contra esta medida punitiva para as populações em causa.
Passa-se ao acto e a moção é aprovada com a consonância de votos da maioria e da oposição e a singela abstenção de quem?!... do Senhor Presidente da Assembleia Municipal.
Direito a declaração de voto, e o referido Senhor justifica-se. Como? Afinal abstinha-se porque lhe provocam maiores preocupações (ustissimas, dizemos nós) as portagens da A23 do que propriamente a extinção das freguesias.
Classificamos esta posição de narcissita, e foi um regalo ver o semblante incrédulo de alguns membros da maioria e da vereação e o ar de chacota no semblante dos membros dea oposição, corroborado em seguida pelas intervenções do público.
Foi pois com alguma pressa e em tom de enfado que finalmente o Srº Presidente deu por encerrados os trabalhos, daquela sessão final do ano de 2011, e que para nós foi das melhores a que até hoje tivemos oportunidade de assistir.

Momento de poesia

" Minha terra de tarde sem uma asa!
Sem um bater de folhas, a dormitar...
Meu "anel de rubis" a flamejar!
Minha "cidade verde", a arder em brasas..."

Fausto Guedes Teixeira

Por deferência a "Omissis"

Angústia para o jantar (9)

"Não se suponha que isto se fará falando ou escrevendo, isto se fará fazendo."

Agostinho da Silva, citado por José Augusto França, em "Cultura política ou a Cidade e os Labirintos", Lisboa, 1986

Citação inscrita nas Grandes Opções do Plano, de um dos governos do Prof. Cavaco Silva, já não me lembro o ano.
Simões
A República

Desafio de um monárquico. Então aqui vai.

Como sabemos em 2010 comemoorou-se o 1º Centenário da Implantação da República Portuguesa, com o seu ponto alto em 5 de Ourtubro de 2010.
Cem anos é muito tempo e ao longo dos mesmos e em nome da república muitas coisas boas e más se fizeram. também durante este espaço de tempo a questão monárquica, ou se preferirem a questão republicana, foi assunto muito debatido, tendo ganho mais pertin~encia e mais espaço nos jornais, fruto de uma campanha monárquica mais concertada e convicta.
Ambas as partes esgrimem os seus argumentos em defesa da sua dama, na perspectiva de se fazerem ouvir e legitimar a sua causa, vindo os monárquicos com muitas críticas à Constituição vigente, apelar ao referendo como a última solução para a resolução desta questão de regime que só a a eles se lhes põe: restauração ou não da monarquia em Portugal.
Dizemos nós, que se faça o referendo e que a resposta seja de tal forma que o referendo não seja só mais um, mas que seja vinculativo. Que ninguém fique indiferente, nós pela nossa parte participaremos activamente pelo sim à República.
Não vamos em defesa da mesma, enumerara os benefícios e os malefícios, porque estes também os houve, nem contrariar os argumentos monárquicos, quantos deles falacciosos, sobre a estabilidade política e social e o progresso económico, que provêm, dizem eles, do simples facto de termos um rei a governar-nos. Confundir um modelo de governação com um sistema político, não nos parece sério.
Por estar à mão, consultamos a Constituição Espanhola, país com "uma monarquia parlamentar" e no seu artº56 do Título II - Da Coroa diz-se "o Rei é o chefe de Estado". mais á frenteno nº1 do artº57 refere-se: a Coroa de Espanha é hereditária nos sucessores de S.M.D. Juan Carlos I de Bourbon, legítimo herdeiro da dinastia histórica. A sucessão no trono seguirá a  ordem regular da primogenitura e representação, sendo sempre preferida a linha anterior às posteriores; na mesma linha, de grau mais próximo para o mais remoto; no mesmo grau, o varão à mulher e, no mesmo sexo, da pessoa mais velha para a mais nova."
No nº3 do mesmo artigo diz-se que na impossibilidade de se aplicar o nº1, "as Cortes Gerais prevêm a sucessão na Coroa, da maneira que mais convenha aos interesses de Espanha". Outro números deste artigo condicionam, o matrimónio das pessoas com direito ao Trono, bem como definem os termos de abdicação ou renúncia ao trono.
E o que diz a Constituição Portuguesa?
Nos seus Princípios Fundamentais e no artº 1º "Portugal é uma República soberana, baseada na dignidade da pessoa humana e na vontade popular e empenhada na construção de uma  sociedade livre, justa e solidária." No artº 2º refere-se que " a República Portuguesa é um estado de direito democrático". E sobre o Presidente e no que respeita à sua eleição e elegibilidade dizem os artigos 121º " o PR é eleito por sufrágio universal directo e secreto dos cidadãos portugueses eleitores recenseados no território nacional bem como os cidadãos portugueses residentes no estrangeiro, nos termos  do número seguinte". E o que vem a seguir, no 122º, refere que "são elegíveis os cidadãos eleitores portugueses de origem, maiores de 35 anos".
Isto basta-nos para tomarmos a decisão, e optar pelo partido da República.
O nosso BEM HAJA!

Angústia para o jantar (8)

"O presidente- Tem a palavra o nobre deputado Calisto Elói de Silos de Benevides de Barbuda.

- Sr. Presidente!- disse Calisto- Entendi quase nada, porque o Sr. Deputado Dr. Libório não falou português de gente. (Risos nas galerias.) As laranjas, espremidas demais, dão sumo azedo, que corta a língua. O Sr. Deputado fez do seu idioma laranja azeda. Se a linguagem portuguesa fosse aquilo que acabo de ouvir, devia de estar no vocabulário da língua bunda. Parece-me que os obreiros da torre de Babel, quando Deus os puniu do atrevimento ímpio, falaram daquele feitio!"


in "A queda de um anjo", Camilo Castelo Branco