quinta-feira, 15 de outubro de 2009

As Autárquicas09 no Sardoal

Talvez um pouco tarde, mas não podia deixar de tecer alguns comentários sobre este tema.
Todos sabemos que ao contrário do que usualmente se diz "os prognósticos não se fazem no final do jogo" e é uma verdade de La Palisse que quem tem mais votos é quem ganha.
Assim sendo, o PSD é que ganhou as eleições, e por mais apupos e bocas do género:"Sai daí que esse lugar nãso é teu" e outras. verdadeiramente vernáculas, que nem me atrevo a reproduzir e que se ouviram, do lado dos Metralhas do costume, quando Fernando Moleirinho fazia o seu discurso da vitária na varanda do Município, queiram ou não este é novamente o Presidente do Concelho de Sardoal e com maioria absoluta.
Mas escalpelizando melhor os resultados, constata-se que o Psd perdeu votos em todas as frentes (Câmara, Assembleia e Juntas), baixando o seu resultado de 2005, em cerca de 4 pontos percentuais, enquanto que o PS fez precisamente o oposto, subindo em toda a linha e de forma substancial.
Conclusão, o casamento entre a "experiência" e a "renovação" correu mal, falta saber por culpa de quem: se de uns, dos outros ou de ambos. Na minha opinião, a culpa é de ambos: da "experiência" que está cansada e desgastada, que pensava que "isto já está no papo", das várias "experiências" a puxar cada uma para o seu lado, dos erros cometidos no passado, não assumidos e, tão pouco, corrigidos. Por sua vez, a "renovação" não foi muito bem aceite por alguns "experientes", sentia-se algum incómodoem andar com alguns "renovadores" (outros nem se viram nesta campanha), por outro lado alguns "renovadores" só são merecedores desse título por ser esta a primeira vez que aparecem nas listas. Mas particularizando, o efeito Miguel Borges, único "renovador" com lugar elegível para a vereação, não deu o resultado pretendido, notando-se algum mal estar em apoiá-lo e, pelo zum zum que paira no ar, é a esta escolha que é imputada a perda de votos verificada. Será? No futuro se verá.
Mas contra toda a lógica matemática, fomos encontrar outro grande perdedor nestas eleições: Fernando Morais. Para se compreender esta lógica vamos ter que recuar no tempo, até à altura em que ele se demitiu de vereador.
Assim, e deixando-nos de "rodriguinhos", todos sabemos que a causa da sua demissão foi a não recondução do seu nome como candidato à Presidência da Câmara pelo PS e ele, convicto de ser o único proprietário dos votos obtidos, democraticamente bateu com a porta. Vi nesta atitude uma prova de total desrespeito pelos eleitores que nele, e na sua lista, tinham votado e como tal era sua obrigação terminar o mandato.
Não bastando na mesma ocasião aparecia a candidatura socialista de Fernando Vasco, um quase estranho na altura, pondo em risco todo o capital político e eleitoral ganho nas eleições de 2005 (não esqueçamos que nesta data passou de 1 para 2 vereadores, a representação socialista).
Ao Fernando Vasco que, habituado às lides do funcionalismo e controleirismo partidário, teve o mérito de dar vida à secção local do PS, tinha que mostrar trabalho aos orgãos do partido para, pelo menos, segurar o score alcançado em 2005, por forma a não permitir muitas ondas (principalmente as independentistas) por parte de Fernando Morais.
Quando este último, após a demisão, se submeteu ao que eu chamaria de "período de nojo", que mais não era que um recuo estratégico para conservar o capital político alcançado, aguardando melhores dias (que seriam os piores de Fernando Vasco, entenda-se) e então voltar, para satisfazer a sua ambição desmedida deu-se o que ele não sonhava: Fernando Vasco mantém os dois vereadores e ainda aumenta o número de votos, fazendo cair por terra toda argumentação do tipo "Fernando Morais volta que estás perdoado".
Dái compreender a forma lacónica como ele apresenta os resultados eleitorais no seu blogue, reservando "pour lui même" qualquer comentário aos mesmos, ou seja, o período de nojo vai-se prolongar por mais tempo do que ele supunha.
Resumindo, no Sardoal, a Terra dos Fernandos, as coisa passam-se assim:
- Fernando Moleirinho, eleito para o seu último mandato como Presidente da autarquia, derrotado, po ter falhado na "renovação";
- Fernando Morais, derrotado, cada vez mais fora da corrida a não ser que faça um daqueles "coupe de froude" tão próprios dele e a que já nos habituou por mais que uma vez;
- Fernando Vasco, eleito vereador da minoria socialista na Câmara, vencedor nestas eleições, e ele ou outro que o PS venha a apresentar, futuro Presidente da Câmara em 2013, porque a "renovação" social democrata (Miguel Borges) não resultou nem se vai aguentar até lá.

Confuse? Wait and see the next soap!