No dia 28 de Dezembro de 2011, reuniu-se a Assembleia Municipal de Sardoal, no que era o último plenário desse ano.
São vários os temas em discussão e a submeter à votação da Assembleia. Com mais ou menos picardias entre os seus membros, com mais ou menos chamadas de atenção para os seus oponentes ou ameaças de abandono da sala, a reunião vai-se desenrolando e nada de novo se passa. É mais uma reunião a decorrer com a normalidade e civilidade habituais.
Público presente, pouco infelizmente. O que há para votar, vota-se e ambas as partes cumprem o seu papel: a maioria aprova e a oposição desaprova. Pacífico o resultado e queiramos ou não, é a Democracia a funcionar em pleno.
Aproxima-se o final e com ele o momento de participação do público. Mas antes e a propósito da extinção de duas freguesias, Santiago de Montalegre e Valhascos,, intervêm os respectivos presidentes de Junta. Ambos e sem fazer distinção sobre a forma e conteúdo das respectivas intervenções, tornam público as suas emoções e a sua revolta (todos temos direito à nossa indignação, saliente-se), sobre este processo de extinção.
Com serenidade, afirma-se que todos estavam conscientes da situação actual do País e das graves dificuldades que temos pela frente, que estas medidas eram tomadas em nome, entre outras coisas, do emagrecimento ou como os políticos preferem dizer "retirar gorduras" do Estado.
Tudo compreensível por todos mas também ali se afirmaque não peçam sempre sacrifícios aos mesmos, pois independentem,ente da freguesia a que eventualmente seriam anexados, as populações em causa fiacriam mais desprotegidas.
Foi então colocada uma moção à mesa e sujeita à votação da Assembleia, contra esta medida punitiva para as populações em causa.
Passa-se ao acto e a moção é aprovada com a consonância de votos da maioria e da oposição e a singela abstenção de quem?!... do Senhor Presidente da Assembleia Municipal.
Direito a declaração de voto, e o referido Senhor justifica-se. Como? Afinal abstinha-se porque lhe provocam maiores preocupações (ustissimas, dizemos nós) as portagens da A23 do que propriamente a extinção das freguesias.
Classificamos esta posição de narcissita, e foi um regalo ver o semblante incrédulo de alguns membros da maioria e da vereação e o ar de chacota no semblante dos membros dea oposição, corroborado em seguida pelas intervenções do público.
Foi pois com alguma pressa e em tom de enfado que finalmente o Srº Presidente deu por encerrados os trabalhos, daquela sessão final do ano de 2011, e que para nós foi das melhores a que até hoje tivemos oportunidade de assistir.